Crédito habitação: como proteger a carteira se os juros subirem?

Há que fazer contas à vida antes de tomar qualquer decisão quanto ao crédito habitação. Explicamos o que é preciso ter em atenção.
22 mar 2022 min de leitura
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Vivem-se tempos de incerteza. A inflação está instalada na zona euro e está a escalar ainda mais com a guerra na Ucrânia, ameaçando o crescimento económico europeu. O risco de estagflação está iminente. E poderá estar à espreita uma subida das taxas de juro diretoras pelo Banco Central Europeu (BCE) para ajudar a colocar um travão ao aumento de preços. O contexto económico é complexo e tem gerado muitas dúvidas sobre o que se deve ou não fazer ao crédito habitação para evitar pagar mais. Neste artigo, respondemos às principais questões colocadas com a ajuda de especialistas.

Vamos assistir a uma subida dos juros em 2022?

Para já, o BCE decidiu manter os juros tal como estão. Mas a hipótese continua em cima da mesa, já que o regulador europeu admitiu a possibilidade de subir juros em 2022, mas só planeia fazê-lo "algum tempo depois” do fim das compras líquidas de ativos. Estima-se que tal possa acontecer só na segunda metade do ano.

“O aumento das taxas de juro poderá ser uma resposta a um aumento da inflação” que atingiu os 6,2% na União Europeia em fevereiro e os 5,9% na zona euro, começam por explicar os especialistas do idealista/créditohabitação, sublinhando que diversos eventos, como é o caso do recente conflito entre a Rússia e a Ucrânia, “poderão pressionar o BCE a ter que subir as taxas de juro já em 2022”.

Mas, para já, as taxas de juro implícitas no conjunto dos contratos de crédito habitação está mesmo em descer em Portugal. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as taxas de juro voltaram a descer em fevereiro de 2022 para 0,793%, tal como noticiou o idealista/news.

Juros do crédito habitação vão subir
Foto de ERICK ALFREDO SASI en Pexels

Quanto poderá subir a Euribor?

Na verdade, as taxas de Euribor estão já a dar sinais de subida desde o início do ano, registando uma evolução mais acentuada desde março, dias depois do início da guerra na Ucrânia. A Euribor a 12 meses – à qual estão indexados a maioria dos novos créditos habitação em Portugal – entrou em março nos -0,363% e subiu para os -0,216% na passada quinta-feira. E a Euribor a 6 meses – dominante no total de contratos – fixou-se em -0,496% no primeiro dia de março e atingiu os -0,402% no passado dia 17 de março.

Isto quer dizer que as taxas Euribor mais utilizadas nos créditos habitação em Portugal continuam em níveis negativos, embora estejam a dar sinais de subida. E como será daqui em diante? As previsões dos economistas apontam para que as taxas Euribor abandonem o terreno negativo já no próximo ano ou até antes, no segundo semestre de 2022. Mas só deverão atingir níveis de 0,5% ou até 1%, mais tarde, em 2025, tal como se lê neste artigo publicado antes do conflito armado eclodir.

Tenho um crédito habitação: que aspetos devo considerar para proteger a carteira?

Cada caso é um caso. Se tens um crédito habitação com taxa variável e, portanto, influenciado pelas flutuações da Euribor, deverás fazer contas à vida olhando para os rendimentos líquidos que auferes, assim como todas as despesas mensais. Tenta perceber qual é a tua folga orçamental, para te prevenires no caso dos juros subirem e afetarem a tua prestação mensal da casa.

“As famílias que tenham um orçamento mensal mais apertado são aquelas que devem efetuar uma maior reflexão sobre o tema, já que ficarão numa situação desconfortável se a subida da Euribor colocar a prestação dos seus empréstimos em patamar não comportáveis para o seu orçamento familiar, mesmo que no momento imediato possam ficar a pagar mais pela prestação do seu empréstimo”, explicam os mesmos especialistas.

Subida de juros em 2022
Foto de Ketut Subiyanto en Pexels

Qual é o melhor crédito habitação em tempos de incerteza?

“Para quem tem ou procura um crédito habitação, se pretender maior tranquilidade deve optar por soluções de taxa fixa. Ou seja, contratar um crédito habitação com taxa fixa permite que os juros a pagar pelo empréstimo não estejam expostos às flutuações da Euribor”, explicam desde o idealista/créditohabitação. Mas os mesmos especialistas alertam que taxas fixas também começam a acompanhar o mercado, pelo que fixar a taxa do crédito poderá também ficar mais caro.

Mudar o crédito habitação
Foto de Oleg Magni en Pexels

Qual é o melhor momento para mudar de taxa variável para taxa fixa?

Se depois de muito analisar as contas, chegares à conclusão que precisas de estabilidade nas despesas com a casa, o melhor mesmo é mudar o crédito habitação para uma taxa fixa. E como empréstimos com taxa fixa vão acompanhando o mercado, o melhor mesmo será avançar já enquanto as taxas ainda estão apetecíveis, muito embora superiores às taxas variáveis. Neste artigo, esclarecemos tudo o que é preciso de saber na hora de mudar de taxa variável para taxa fixa.

Se o teu banco não tiver a opção de taxa fixa, podes sempre procurar transferir o crédito habitação para outra instituição bancária. Explicamos como fazer aqui.

Como mudar de taxa variável para a taxa fica
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