Construção: “Tendência nos próximos anos é de alguma desaceleração”

Crescimento deve desacelerar a nível global nos próximos anos: de 6,1% em 2021 para 3,6% em 2022 e 2023, segundo a Deloitte.
09 nov 2022 min de leitura

A indústria da construção foi das que deu melhor resposta durante a pandemia, tendo dado sinais de estar resiliente, mas a guerra na Ucrânia e respetivas consequências no setor deixam antever que o crescimento desacelere a nível global nos próximos anos: de 6,1% em 2021 para 3,6% em 2022 e 2023. Esta é uma das conclusões a retirar do estudo Global Powers of Construction (GPoC) da Deloitte

“O setor da construção conseguiu manter a sua atividade a bom ritmo na maioria dos países, apesar do atual cenário macroeconómico desafiante, apresentando, por isso, boas perspetivas futuras. No entanto, devido principalmente ao contexto de guerra na Ucrânia, a tendência para os próximos anos é de alguma desaceleração. Perspetiva-se que este setor manterá a sua resiliência, devendo-se, no entanto, manter focado em enfrentar os impactos da falta de matéria-prima, aumento generalizado de preços e uma mudança para modelos mais sustentáveis”, refere Sofia Tenreiro, Partner da Deloitte e Líder do setor Energy, Resources & Industrials.

A Deloitte adianta, em comunicado, que apesar do impacto da pandemia e da mudança das prioridades globais de investimento, a indústria da construção continuou a crescer, embora a uma velocidade menor. 

Segundo a consultora, as previsões económicas para a indústria abrandaram devido aos efeitos da pandemia e, mais recentemente, da guerra na Ucrânia, sobretudo na Europa. “Isto deve-se ao facto de, por um lado, a Rússia e a Ucrânia serem os principais fornecedores de aço na Europa e, por outro, as interrupções no fornecimento de petróleo e gás estarem a ter um impacto significativo nos preços da energia. Da mesma forma, as economias fortemente interligadas com a Rússia deverão ser mais afetadas pela interrupção das trocas comerciais e das cadeias de abastecimento”, lê-se na nota. 

A nível mundial, num momento em que a economia atravessa um período de grande incerteza, a dimensão do mercado da construção foi avaliada em 7,28 biliões de dólares em 2021, prevendo-se que atinja 14,41 biliões de dólares até 2030, estima a consultora. 

Mota-Engil é 77ª maior empresa de construção do mundo 

De acordo com a Deloitte, em 2021, as 100 maiores empresas de construção do mundo geraram receitas superiores a 1,819 biliões de dólares, mais 14,1% que ano anterior. 

A construtora Mota-Engil é, de resto, a única representante portuguesa no top 100 mundial, ocupando a 77ª posição – desceu uma posição face ao ano anterior. “A empresa atingiu, no ano passado, vendas totais de 3.066 milhões de dólares norte-americanos. A Mota-Engil atingiu também uma capitalização bolsista de 446 milhões de dólares em 2021”, indica a consultora. 

De referir que as maiores empresas, em termos de receita, estão localizadas na China (54,5%), Japão (10,4%), EUA (8,1%), França (6,9%) e Coreia do Sul (4,4%). 

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