Despesas com o condomínio: “Estamos a entrar num período perigoso” Garantia dada por Vítor Amaral, presidente da APEGAC, que antecipa que as quotas dos condomínios podem subir 7% a 8% em 2023. 14 nov 2022 min de leitura O pagamento das quotas dos condomínios é uma das despesas que muitas pessoas têm de enfrentar. Um valor mensal que poderá também aumentar, na sequência da alta taxa de inflação que se verifica. Para Vítor Amaral, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC), não há dúvidas de que se está a “entrar num período perigoso”. O responsável antecipa, de resto, um aumento na ordem dos 7% a 8% em 2023. “Estamos a entrar num período perigoso, pois, e já por experiências anteriores, numa altura de crise, a nossa atividade é uma das primeiras a ser afetada, pois a quota do condomínio é das últimas coisas a pagar. Não se pagando a água, o condómino deixa de ter água, o mesmo se aplica à luz e ao gás, mas relativamente à quota de condomínio, caso não pague, nada de imediato acontece. Adivinho que possamos ter uma crise, oxalá me engane”, disse Vítor Amaral durante a sua intervenção no V Congresso da APEGAC, que se realizou nos dias 10 e 11 de novembro de 2022 no Tagus Park, em Oeiras – o idealista/news foi media partner do evento. "(...) Não se pagando a água, o condómino deixa de ter água, o mesmo se aplica à luz e ao gás, mas relativamente à quota de condomínio, caso não pague, nada de imediato acontece. Adivinho que possamos ter uma crise, oxalá me engane" Vítor Amaral, presidente da APEGAC Antes, em entrevista ao ECO, o responsável antecipou que a quota de condomínio deverá aumentar no próximo ano entre 7% a 8%. “O que propomos [de aumento de honorários] é na casa dos 7% a 8%. No fundo, estamos a dizer aos nossos associados para acompanharem, no mínimo, a inflação. Eles já deveriam subir para, pelo menos, oito euros por fração. Se estão a cobrar quatro, cinco ou seis euros e não sobem ao valor da inflação, vão ter dificuldade em aguentar as despesas. É indissociável o aumento dos honorários com o aumento do custo de vida. Se empresas não atualizarem os honorários, vão ter dificuldade em manter as portas abertas”, disse, salientando que teme “que venha a sentir-se a um acréscimo de dívidas ao condomínio com o aumento do custo de vida”. Numa entrevista recente ao idealista/news, precisamente a propósito do V Congresso da APEGAC, Vítor Amaral já tinha também abordado este tema. Quando questionado sobre esperaria incumprimentos nos pagamentos por parte dos condóminos, respondeu da seguinte forma: “Ainda não está a acontecer, mas estamos à espera que isso aconteça, tal como aconteceu em crises anteriores, porque a quota do condomínio é quase sempre a última da lista dos valores a pagar… e, como tal, se começar a faltar muitos dias para o final do mês e a faltar dinheiro, o condomínio irá ser um dos afetados”. Vítor Amaral, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (APEGAC) APEGAC APEGAC apresenta 10 propostas para valorizar e credibilizar o setor A APEGAC apresentou 10 propostas para o futuro da atividade profissional de administração de condomínios, que passam, por exemplo, pela aposta na valorização e credibilização do setor, bem como pela promoção de um futuro sustentável. Clica neste link para saberes quais são. Entretanto, uma das reivindicações do setor passa pela regulação do mesmo, que segundo Vitor Amaral tarda em ser aprovada. Marina Gonçalves, secretária de Estado da Habitação, promete novidades sobre o tema para breve, tendo adiantado que o Governo está a analisar o tema, prevendo aprovar até ao final do primeiro trimestre de 2023 uma legislação que regule e simplifique a atividade. Sobre este assunto, o líder da associação lembrou que "a regulação da atividade, apesar de ser uma ferramenta que faz falta, não é só por si a ferramenta que vai resolver os problemas" do setor. "Não vai eliminar as más práticas, nem impor uma remuneração mínima para os administradores de condomínios. A regulação da atividade tem este papel regulador, tem e deve ter um papel sancionatório, pois criando-se regras sem sanções, estas não são cumpridas, mas não elimina as más práticas", avisou. Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado