Rendas das casas em Portugal subiram 42% desde 2017

Na Grande Lisboa e no Grande Porto a subida das rendas das casas nos últimos 5 anos foi ainda maior (50%), dizem dados do INE.
03 out 2022 min de leitura

Arrendar casa está a ficar mais caro em Portugal desde, pelo menos, 2017. O valor das rendas não parou de subir nos últimos cinco anos e atingiu os 6,25 euros por metro quadrado (euros/m2) nos últimos 12 meses terminados em julho. A questão é que este valor é 42% superior ao apurado em 2017, quando a renda das casas custava, em termos medianos, 4,39 euros/m2. O que os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) também mostram é que nas áreas metropolitanas este aumento das rendas das casas foi ainda maior neste período: em Lisboa subiram 53% e no Porto 49%.

Em 2017 era possível arrendar uma casa em Portugal de 100 metros quadrados (m2) pelo preço mediano de 439 euros mensais, revelam os dados do INE publicados na quinta-feira, dia 29 de setembro. Mas, desde então, os preços das casas para arrendar começaram a crescer, registando subidas semestrais entre 3 a 6%. Em resultado, arrendar casa em território nacional ficou 42% mais caro. E, agora, uma família terá de pagar, em termos medianos, 625 euros por mês pela renda de uma casa (+186 euros/mês).

Quem arrendou uma habitação entre agosto de 2021 e julho de 2022 também pagou mais 7,4% do que quem o fez no período homólogo, quando o valor mediano da renda da casa se situava nos 5,82 euros/m2. Já comparando com o mesmo período antes da pandemia, no primeiro semestre de 2019 (12 meses), as rendas das casas aumentaram 25%.

O que os dados do INE também revelam é que nos grandes centros urbanos de Lisboa e do Porto – que concentram mais de 50% dos novos contratos de arrendamento – o preço das casas para arrendar subiu muito mais nos últimos cinco anos:

  • Área metropolitana de Lisboa: face ao preço mediano observado em 2017, de 6,06 euros/m2), as rendas das casas deram o salto de 53%, fixando-se em 9,29 euros/m2 nos últimos 12 meses terminados em julho deste ano. Ou seja, antes era possível arrendar uma habitação de 100 m2 na zona de Lisboa por 606 euros mensais e, agora, uma família terá de pagar quase mais 333 euros.
  • Área metropolitana do Porto: há cinco anos as rendas medianas no Grande Porto situavam-se nos 4,58 euros/m2, um valor que subiu para 6,82 euros/m2 no final de julho de 2022 (últimos 12 meses). Isto quer dizer que as renda mensal de uma casa de 100 m2 passou de 458 euros para 682 euros na cidade Invicta (+224 euros).

Novos contratos de arrendamento em Portugal subiram 9% em 5 anos

Enquanto os preços das casas para arrendar estiveram sempre a subir desde 2017 – o último ano com dados disponíveis pelo INE -, a evolução do número de novos contratos de arrendamento nesse mesmo período não foi linear:

  • Pré-pandemia: entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo período de 2019, o número de novos contratos de arrendamento caiu, tendo registado uma descida de 15% a nível nacional, de 14% no Grande Porto e de 17% na Grande Lisboa. Só no segundo semestre de 2019 é que o número de contratos começou a recuperar face ao período anterior (+2%);
  • Pós-pandemia: desde o início da pandemia, as famílias começaram a apostar mais no mercado de arrendamento, com o número de contratos a subir semestre após semestre, entre 2 a 8%. Desde o primeiro semestre de 2020 até ao mesmo período de 2022, o número de arrendamentos subiu 25% em Portugal e 30% nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto.

Foram assinados em Portugal um total de 92.308 novos contratos de arrendamento no período de 12 meses terminado em julho, dos quais 34% na Grande Lisboa e 18% no Grande Porto. Este foi o período em que foram fechados mais contratos de arrendamento tendo em conta o horizonte em análise (desde 2017). E, do total, 21.005 contratos (cerca de 23%) foram selados entre abril e julho de 2022. 

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